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Meu coração quase saiu pela boca e eu dei um pulo pra trás, parecido com aqueles que um gato dá quando está assustado. Virei-me na direção da voz, que repetia:
- Descupe-me, mas gostou dele? -era um velho baixinho, de olhos puxados, cabelos brancos e meio espetados, usava um par de óculos quadrados (mas parecia estar de olhos fechados o tempo todo!). Usava roupas coloridas, como uma blusa longa de lã, cheia de desenhos estranhos com uma pena pendurada na gola, calças que iam até um pouco depois do joelho, meias longas e chinelos de dedo.
Então esvaziei os meus bolsos e com um olhar triste disse a ele:
- Senhor, não posso nem pensar em levar esse button, olha só o que eu tenho! - e literalmente saíram mariposas dos meus bolsos.
- E quem disse que você não pode levar? - disse ele olhando em meus olhos.
Fiquei sem palavras, olhando assustada pra ele. Logo me veio a mente que podia se tratar de um velho tarado, e eu estava perdida!
- Não se preocupe, não sou um velho tarado... - como ele sabia meus pensamentos? - Você pode me pagar aos poucos, vindo me ajudar todos os dias aqui na loja. Como é nova ainda não tenho nenhum ajudante, e como vê sou velho e preciso de ajuda nessa loja tão grande...
Fiquei espantada com a sua proposta, e fiquei pensando por um tempo. A idéia não era nada ruim! Trabalhar depois da aula na loja seria tudo de bom, já que em casa ninguém iria perceber que eu estava fora mesmo. Fora que eu poderia olhar todos os artefatos com calma, já que haviam muitos!
- Eu aceito!
- Então comece amanhã, logo depois da aula... tome, ele é seu! - e dizendo isso, pegou o button nas mãos e entregou-o para mim. Eu não podia acreditar, eu iria ter aquele gato de pedra! Notei que a presilha dele estava faltando, mas isso era o de menos, eu daria um jeito nisso em casa.
- Parabéns pela sua aquisição! -felicitou-me o senhor- Te trará muita sorte, criança!
- Puxa, ele é tão lindo! Vou levar pra casa e mostrar para a Mila! Tchau, até amanhã senhor...
- Yuji, criança, pode me chamar de Yuji! -e sorriu.
- Eu sou Nikky, até amanhã! -e sai da loja toda sorridente.
No caminho fiquei imaginando o que a Mila ia pensar do meu gatinho de pedra, ele era tão perfeito! O pingente parecia sorrir pra mim, literalmente, já que o gatinho de pedra estava com uma expressão de felicidade com os olhinhos fechados e um grande sorriso. Fora seu brilho espetacular, que me atraía muito.
Chegando em casa, Mila já estava me esperando na sala, como de costume. Ela veio miando e me cumprimentou dando uma leve cabeçada nas minhas pernas, se esfregando em mim:
- Olá, Mila! Como foi a sua tarde? Demorei um pouco porque estava passeando e achei uma coisa maravilhosa!
Subimos ao quarto e então comecei a contar tudo para a Mila. Ela, como sempre, ouviu tudo com muita atenção, bom, só ela fazia isso mesmo, e então peguei o button e mostrei pra ela. Quando eu fiz isso, vi os olhos de Mila faíscarem como duas estrelas. Ela parecia paralisada. Sacudi ela um pouco e percebi que ela saiu daquela espécie de transe, quando soltou um miado.
Comecei a pensar então como eu ia fazer pra usar aquele gato de pedra, queria colocar ele preso no peito, mas o fecho não existia mais. Então peguei um colar velho e tirei a cordinha, amarrando nele. Coloquei em mim, e quando fiz isso senti um calor vindo do peito. Mila novamente olhos pra mim com os olhos arregalados e faíscando, e soltou vários miados.
- Que foi Mila? Achou bonito também? - ela me dizia algo como "isso parece ser perigoso, está brilhando!"
- Claro que não Mila, não tem nada de perigoso nesse button, e claro que ele está brilhando, é uma pedra especial que brilha!
Ela sacudiu a cabeça novamente e miou suspirando.
- Não tenha medo, é só um enfeite! Ficou bom em mim, não é?
O resto do dia passou normalmente, com o famoso jantar de família em que eu fico muda porque nem adianta eu conversar na mesa, ninguém me escuta. Logo que jantei, tomei banho com o button no meu pescoço, e então fui dormir. Naquela noite decidi dormir com o button, depois de colocá-lo no pescoço senti uma vontade imensa de não tirá-lo mais.
Naquela noite dormi bem, nem lembro de ter sonhado alguma coisa. No dia seguinte, fiz minha rotina de sempre, e fui pra escola normalmente.
Chegando lá, estava andando nos corredores quando ouço uma voz perto de mim:
- Mina, que legal o seu enfeite!
Na hora fiquei parada... enfeite? Será que estavam falando comigo?
- É... é... como é o seu nome mesmo? -era um garoto mesmo falando comigo!
- Nikky, estudamos na mesma sala desde o Jardim de Infância, não se lembra?
- Sinceramente... não!
Caí pra trás quando escutei essa, se bem que era de se esperar mesmo.
- Mas legal o seu enfeite mesmo! Fui! -me deu um sorriso e se foi.
Aquilo era incrível! Na mesma hora lembrei das palavras do senhor Yuji me falando que aquele button ia me dar sorte. E tinha me dado mesmo! Tinha, até que entrei na sala e...
- Hum... ficaria muito melhor em mim... -era Ella, colocando suas patas no meu button.
- Isso é uma relíquia egípcia!
- Por isso mesmo, ficaria bem melhor em mim... quer vender?
- Claro que não! -respondi diretamente.
- Ha, ha, ha! - Ella começou a rir sarcasticamente - Porque uma espantalha como você precisa de algo tão fino?
Espantalha?? Ah, ser iguinorada era uma coisa, agora ser zoada desse jeito, era outra muito diferente. Ella ficou insistindo na proposta de comprar o button de mim, até que o sangue subiu pela cabeça pela segunda vez (a primeira foi quando ela me chamou de espantalha), e dei um berro no meio da sala:
- Não quero!! Não vou vender!!
Ella fez um olhar de desprezo para mim e continuou com seu sarcasmo irritante:
- Tsc, tsc... sua caipira, isso NÃO combina com você!
Quando ouvi isso fiquei tão furiosa que bati a minha mão espalmada com toda a força em cima de uma carteira, ou era a carteira ou a cara dela, mas como eu não sou dessas coisas, foi a carteira mesmo... Foi então que eu ouvi o garoto que tinha falado comigo comentando uma coisa muito estranha e apontando minha mão:
- Oh, mina!! Que da hora essa sua luva!
- Descupe-me, mas gostou dele? -era um velho baixinho, de olhos puxados, cabelos brancos e meio espetados, usava um par de óculos quadrados (mas parecia estar de olhos fechados o tempo todo!). Usava roupas coloridas, como uma blusa longa de lã, cheia de desenhos estranhos com uma pena pendurada na gola, calças que iam até um pouco depois do joelho, meias longas e chinelos de dedo.
Então esvaziei os meus bolsos e com um olhar triste disse a ele:
- Senhor, não posso nem pensar em levar esse button, olha só o que eu tenho! - e literalmente saíram mariposas dos meus bolsos.
- E quem disse que você não pode levar? - disse ele olhando em meus olhos.
Fiquei sem palavras, olhando assustada pra ele. Logo me veio a mente que podia se tratar de um velho tarado, e eu estava perdida!
- Não se preocupe, não sou um velho tarado... - como ele sabia meus pensamentos? - Você pode me pagar aos poucos, vindo me ajudar todos os dias aqui na loja. Como é nova ainda não tenho nenhum ajudante, e como vê sou velho e preciso de ajuda nessa loja tão grande...
Fiquei espantada com a sua proposta, e fiquei pensando por um tempo. A idéia não era nada ruim! Trabalhar depois da aula na loja seria tudo de bom, já que em casa ninguém iria perceber que eu estava fora mesmo. Fora que eu poderia olhar todos os artefatos com calma, já que haviam muitos!
- Eu aceito!
- Então comece amanhã, logo depois da aula... tome, ele é seu! - e dizendo isso, pegou o button nas mãos e entregou-o para mim. Eu não podia acreditar, eu iria ter aquele gato de pedra! Notei que a presilha dele estava faltando, mas isso era o de menos, eu daria um jeito nisso em casa.
- Parabéns pela sua aquisição! -felicitou-me o senhor- Te trará muita sorte, criança!
- Puxa, ele é tão lindo! Vou levar pra casa e mostrar para a Mila! Tchau, até amanhã senhor...
- Yuji, criança, pode me chamar de Yuji! -e sorriu.
- Eu sou Nikky, até amanhã! -e sai da loja toda sorridente.
No caminho fiquei imaginando o que a Mila ia pensar do meu gatinho de pedra, ele era tão perfeito! O pingente parecia sorrir pra mim, literalmente, já que o gatinho de pedra estava com uma expressão de felicidade com os olhinhos fechados e um grande sorriso. Fora seu brilho espetacular, que me atraía muito.
Chegando em casa, Mila já estava me esperando na sala, como de costume. Ela veio miando e me cumprimentou dando uma leve cabeçada nas minhas pernas, se esfregando em mim:
- Olá, Mila! Como foi a sua tarde? Demorei um pouco porque estava passeando e achei uma coisa maravilhosa!
Subimos ao quarto e então comecei a contar tudo para a Mila. Ela, como sempre, ouviu tudo com muita atenção, bom, só ela fazia isso mesmo, e então peguei o button e mostrei pra ela. Quando eu fiz isso, vi os olhos de Mila faíscarem como duas estrelas. Ela parecia paralisada. Sacudi ela um pouco e percebi que ela saiu daquela espécie de transe, quando soltou um miado.
Comecei a pensar então como eu ia fazer pra usar aquele gato de pedra, queria colocar ele preso no peito, mas o fecho não existia mais. Então peguei um colar velho e tirei a cordinha, amarrando nele. Coloquei em mim, e quando fiz isso senti um calor vindo do peito. Mila novamente olhos pra mim com os olhos arregalados e faíscando, e soltou vários miados.
- Que foi Mila? Achou bonito também? - ela me dizia algo como "isso parece ser perigoso, está brilhando!"
- Claro que não Mila, não tem nada de perigoso nesse button, e claro que ele está brilhando, é uma pedra especial que brilha!
Ela sacudiu a cabeça novamente e miou suspirando.
- Não tenha medo, é só um enfeite! Ficou bom em mim, não é?
O resto do dia passou normalmente, com o famoso jantar de família em que eu fico muda porque nem adianta eu conversar na mesa, ninguém me escuta. Logo que jantei, tomei banho com o button no meu pescoço, e então fui dormir. Naquela noite decidi dormir com o button, depois de colocá-lo no pescoço senti uma vontade imensa de não tirá-lo mais.
Naquela noite dormi bem, nem lembro de ter sonhado alguma coisa. No dia seguinte, fiz minha rotina de sempre, e fui pra escola normalmente.
Chegando lá, estava andando nos corredores quando ouço uma voz perto de mim:
- Mina, que legal o seu enfeite!
Na hora fiquei parada... enfeite? Será que estavam falando comigo?
- É... é... como é o seu nome mesmo? -era um garoto mesmo falando comigo!
- Nikky, estudamos na mesma sala desde o Jardim de Infância, não se lembra?
- Sinceramente... não!
Caí pra trás quando escutei essa, se bem que era de se esperar mesmo.
- Mas legal o seu enfeite mesmo! Fui! -me deu um sorriso e se foi.
Aquilo era incrível! Na mesma hora lembrei das palavras do senhor Yuji me falando que aquele button ia me dar sorte. E tinha me dado mesmo! Tinha, até que entrei na sala e...
- Hum... ficaria muito melhor em mim... -era Ella, colocando suas patas no meu button.
- Isso é uma relíquia egípcia!
- Por isso mesmo, ficaria bem melhor em mim... quer vender?
- Claro que não! -respondi diretamente.
- Ha, ha, ha! - Ella começou a rir sarcasticamente - Porque uma espantalha como você precisa de algo tão fino?
Espantalha?? Ah, ser iguinorada era uma coisa, agora ser zoada desse jeito, era outra muito diferente. Ella ficou insistindo na proposta de comprar o button de mim, até que o sangue subiu pela cabeça pela segunda vez (a primeira foi quando ela me chamou de espantalha), e dei um berro no meio da sala:
- Não quero!! Não vou vender!!
Ella fez um olhar de desprezo para mim e continuou com seu sarcasmo irritante:
- Tsc, tsc... sua caipira, isso NÃO combina com você!
Quando ouvi isso fiquei tão furiosa que bati a minha mão espalmada com toda a força em cima de uma carteira, ou era a carteira ou a cara dela, mas como eu não sou dessas coisas, foi a carteira mesmo... Foi então que eu ouvi o garoto que tinha falado comigo comentando uma coisa muito estranha e apontando minha mão:
- Oh, mina!! Que da hora essa sua luva!
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PORTUGUÊS:
Mais uma parte da história pra vocês!
ENGLISH:
Soon in english too!
Mais uma parte da história pra vocês!
ENGLISH:
Soon in english too!
Um miado se ouve no quarto logo cedo, mas não percebo que amanheceu pois as janelas estavam ainda fechadas. As brechas de luz que entravam revelavam ser um quarto simples, de uma adolescente tão simples quanto o mesmo.
Os miados se repetem e sinto patinhas andando sobre o meu corpo. Era Mila, minha gata me pisoteando com as patinhas leves e miando, tentando me acordar:
- Hum... Mila... é cedo... deixa eu dormir mais um pouco... -resmunguei preguiçosa, sem ao menos abrir os olhos.
Ela continuou insistindo, dessa vez dando pulos em cima de mim, se ela fosse maior, me derrubaria da cama,
- Luva? – foi quando olhei pra minha mão instintivamente e percebi que não era mais a minha mão! Minha mão parecia aquelas pantufas de bichinho de pelúcia, com pelinhos e tudo, fora as garras que eram enormes.
Ella olhou perplexa enquanto eu arregalava os olhos e escondia aquela coisa bizarra atrás das costas. Para minha sorte, eu acho, o sinal bateu bem na hora, e eu fui salva pelo gongo. Aproveitei a bagunça da saída para me esconder no meio da multidão no corredor, enquanto pensava o que eu ia fazer com essa situação. Se bem que eu estava achando que eu tinha tido um
Comments17
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Heh, eu lembro dessas cenas da sua comic antiga.